domingo, 23 de novembro de 2008

EXPRESSIONISMO: O SUBJETIVISMO DA EXPRESSÃO

Maria Edinalva Araújo Luz



Resumo: Este artigo visa descrever o movimento chamado de Expressionismo, que surgiu na Alemanha, mas teve seus ideais difundidos por vários países. Era a arte que priorizava o mundo como ele realmente é visto, descrevendo as mazelas da Primeira Guerra Mundial. No Brasil tivemos alguns representantes como a Anita Malfatti e Nelson Rodrigues que traz a arte para as peças teatrais.
Palavras-chaves: Expressionismo, subjetividade, realidade.



O Expressionismo surgiu como uma oposição ao que era pregado pelo Impressionismo. Teve início no século XIX e suas características apontavam para a subjetividade. Neste movimento, o artista não quer apenas absorver o mundo, mas recriá-lo com toda veracidade, enfatizando o subjetivismo da expressão.


O primeiro local em que surgiu o movimento foi na Alemanha em pleno período da guerra. Os expressionistas não davam atenção à questão do belo ou do feio, o importante era o registro das expressões do mundo. Segundo Samira Youssef: (1995, p. 53),


A arte criada sob o impacto do sofrimento humano. Muitos dos expressionistas foram estimulados por várias formas de exotismo, como a arte primitiva e popular: máscaras e estatuas da Oceania, esculturas da África e da América pré-colombiana. A representação dos horrores da guerra foi também uma tendência da arte expressionista.


As obras do Expressionismo mostram o estado psicológico e as denúncias sociais de um território devastado pela guerra e por pessoas desesperançosas, que não acreditavam que o mundo podia oferecer algo de bom futuramente.


Na arte dos Expressionistas as cores eram irreais e davam forma plástica a sentimentos como o amor, ciúme, medo, solidão, miséria humana, à prostituição, ou seja, deforma-se a figura para que a realidade se torne mais concreta.


Este movimento também teve seu caráter social, pois eles tomavam atitudes que valorizavam a vida humana, já que naquele momento isto não interessava às autoridades, que estavam preocupadas apenas em vencer a guerra, ainda que a isto tivesse muitas vidas ceifadas.


Não só na pintura, mas o Expressionismo também teve repercussão na Literatura, cinema e teatro. Na Literatura há algumas obras que descrevem a crise de consciência que pairava sobre a sociedade antes e depois da Primeira Guerra Mundial.


Outro fator importante do movimento é o surgimento, na década de quarenta, do “Expressionismo abstrato”, que foi criado em New York por pintores como Pollock, Kooning e Pothko. Os estilos eram diversificados e buscavam a libertação dos padrões estéticos que dominavam a arte norte-americana.


Foram formados dois grupos influentes dos expressionistas, o Die Briicke em 1905 e o Der Blaue Reiter em 1911. Como esta era uma arte individualista e subjetiva, que expressava naturezas isoladas e místicas, esses grupos funcionavam apenas como uma forma de divulgação da arte expressionista.


No Brasil, o movimento também teve sua importância. Candido Portinari destacou-se nas artes plásticas, em que mostrava nas suas telas a migração dos nordestinos para a cidade grande em busca de melhorias para suas vidas. Nelson Rodrigues destaca-se nas peças teatrais. Uma figura feminina também teve sua importância. Segundo Youssef (1995, p.53), “Anita Malfatti, pintora paulista, trouxe o Expressionismo para o Brasil a partir de 1914, quando retornou da Alemanha, onde estagiou na Escola de Belas Artes de Berlim”.


“O Farol” foi uma de suas mais importantes obras. Nela havia a deformação da realidade, uma extroversão formal explosiva.



(O Farol, de Anita Malfatti, 1914)




Outras características importantes do Expressionismo foram a pesquisa no domínio psicológico, uso de cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas; dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; pasta grossa, martelada áspera; técnicas violentas, em que o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões; preferência pelo patético, trágico e sombrio.


Assim como o Cubismo, o nome Expressionismo não foi inventado pelos artistas, mas floresceu na Literatura e nas resenhas críticas das exposições então em curso. Segundo Shulamilh Behr (200, p. 6),


O Expressionismo não constituiu um estilo ou movimento coerentes; artistas e grupos estavam dispersos e possuíam background e formação diferentes. Além disso, o status profissional dos artistas sofreu profundas transformações nos últimos dez anos do século XIX, com a rejeição às práticas tradicionais, nas academias do Estado, em favor dos ateliês de mentores progressistas e já estabelecidos. Também as mulheres artistas, excluídas das academias buscaram orientações nas esferas privadas.





Portanto, o Expressionismo foi um movimento que rompeu com a arte que não retratava a realidade, trazendo assim, a denúncia da realidade através de suas obras, expressando o mundo “da forma como ele é”.





Referências Bibliográficas



BEHR, Shulamith. Expressionismo. São Paulo: COSAC & NAIF Edições, 2000.


YOUSSEF, Samira. Literatura, história e texto. São Paulo: Saraiva, 1995.


http://www.historiadaarte.com.br/ (Autoras: Simone R. Martins e Margaret H. Imbroisi)

Um comentário:

um indivíduo disse...

sinto muito informar, mas o expressionismo não nasceu em oposição ao impressionismo. ele é, na verdade, sua modificação. tanto, que muitos artistas expressionistas são chamados de pós-impressionistas