domingo, 23 de novembro de 2008

Mario de Andrade: Seu compromisso com o modernismo

Dgiole Maria da Rocha


Resumo

O modernismo foi um movimento radical onde se romperam todas as estruturas passadistas iniciadas na Europa com multiplicidade de tendências e, no Brasil, pelos modernistas da primeira segunda fase, tendo como enfrentar Mario de Andrade, que buscou na poesia, na musica, no folclore, uma nova linguagem de expressão para a sociedade. Representou o Brasil, com especificidade a cidade de São Paulo, musa inspiradora. Penetrou profundamente através de seu versos na estrutura familiar da burguesia paulistana, sua moral, seus preconceitos, costumes, seus sonhos, a adaptação de povos diferentes à agitação da Paulicéia.

Palavras-Chave
Modernismo, São Paulo, Arte, Tendências.

O presente artigo tem como finalidade mostrar o comprometimento e a participação ativa do poeta Mario de Andrade nas letras literárias. Ele teve uma grande influência e contribuição na renovação das artes e da literatura brasileira desencadeadas pelas novas tendências que preocupavam com uma nova interpretação da realidade.
O modernismo brasileiro teve início com a realização da Semana de Arte Moderna, no teatro municipal de São Paulo, em 1922. Os artistas brasileiros queriam a sociedade a par das novas tendências trazidas pelos europeus que viriam a ter repercussão no Brasil.

Como lugar apropriado, a cidade de São Paulo, para os vanguardistas nacionais seria o lugar ideal para exporem suas idéias, por conta do grande desenvolvimento industrial, por ser uma cidade moderna que acolhia imigrantes de todos os países e gerava emprego e renda para o país.

Ninguém melhor que Mário de Andrade, paulistano por excelência, para representar a Semana de Arte Moderna, que foi um movimento artístico, político e social.

A Semana de Arte Moderna foi um processo que buscava atualização das artes, onde as características principais: utilizava de versos livres, a valorização da linguagem coloquial, valorização das artes, do cotidiano, uso do humor (poema-piada), dentre outras.

Mario de Andrade, como principal representante da primeira fase do modernismo, dedicou-se de corpo e alma para o grande número de atividades culturais, empenhando-se a atender a realidade brasileira. Poeta, romancista, crítico de arte, professor, ensaísta brasileiro, folclorista, musicólogo, nasceu em São Paulo e permaneceu durante quase toda sua vida. Seu primeiro livro foi Há uma gota de sangue em cada poema, este, por sua vez, tem características da identidade brasileira e também retrata a primeira guerra mundial.

Em Paulicéia desvairada, podemos perceber o grande amor que Mário tem com a cidade de São Paulo, na qual ele busca inspiração.


São Paulo comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro
(ANDRADE, ano, p.36).


Como podemos perceber, Mário de Andrade, usava sempre uma linguagem que se aproximava do falar do povo, deu grande importância para o folclore. Em seus romances e contos criticas a alta burguesia e a aristocracia.

Mário de Andrade, porém desde o início de sua carreira de escritos, consegue separar bem as áreas. Se por um lado é pesquisador musical responsável que busca o registro fiel, por outro, é criador culto que, visando ao nacionalismo (no início ainda bem definido em termos de programa), recria casos que lhe vieram da narrativa oral (desde 1918), ou constrói sua poesia com a presença de elementos populares (LOPES, 1983, pág.15).


Portanto Mário de Andrade fez parte de um movimento rico em manifestos e revistas de vida efêmera: onde os grupos buscavam uma definição. Rompendo com todas as estruturas do passado, caráter anárquico e forte sentido destruidor, assim definiu Mário de Andrade. Segundo Lafetá (1939, p.01), o mais curioso e admirável da obra de Mário de Andrade é a sua diversidade de interesse, a aplicação que ele fez de seu talento e de sua inteligência e os vários campos de pesquisa e de criatividade, partindo da ficção, poesia, ensaios literários, música, folclore, artes plásticas, não esquecendo o jornalismo mais livre das crônicas, registros de viagem, a atuação direta do poeta nos acontecimentos.


Referências Bibliográficas
ANDRADE, Mário de. De Paulicéia Desvairada a Café:(poesias completas). São Paulo: Circulo do Livro, s/d.
Lopes, Telê Porto Ancona. Mário de Andrade. In: O Turista Aprendiz. São Paulo, 1983, Livraria duas cidades LTDA. 2ª edição.

Lafetá, João Luís. Imagens na Poesia de Mário de Andrade. In: Figuração da Intimidade. São Paulo, 1939, pág.01.


* Aluna do curso Licenciatura Plena em Letras. Universidade Federal do Piauí – UFPI, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros em Picos-PI

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