domingo, 23 de novembro de 2008

ROMANTISMO: UMA ABORDAGEM DA ÉPOCA

Dgiole Maria da Rocha
Cristiane Leal Almondes
Maria Edinalva Araújo Luz
Maria Ronilsa de Moura Sousa
Maria Simone Araújo Luz


RESUMO

O Romantismo, enquanto estilo de época, insere-se num contexto de grandes transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas entre os séculos XVIII e XIX, por isso, o Romantismo não foi só um movimento literário, foi também uma expressão total de espírito, marcado por contradições, mas que tinha em comum o desejo de liberdade.

PALAVRAS-CHAVE
Romantismo, transformações, contradições, liberdade.

I- INTRODUÇÃO

A época representada culturalmente pelo Romantismo, do fim do século XVIII até meados do século XIX, é o resultado das grandes transformações que vinham ocorrendo desde o início do século XVIII. A arte desse período está ligada a alguns acontecimentos históricos: à Revolução Industrial, à Revolução Francesa, à vinda da família real portuguesa para a Colônia brasileira, à crise do Absolutismo que cedeu lugar ao Iluminismo e ao liberalismo (capacidade individual do homem).

II- ROMANTISMO: UMA ABORDAGEM DA ÉPOCA

O Romantismo deve ser compreendido através dessas grandes transformações históricas, por isso esse movimento sofreu variações de tendências, que seria inútil generalizar as diversidades existentes no movimento romântico, já que o mesmo seria de certa forma uma resposta ao quadro histórico formado na Europa no final do século XVIII, contribuindo assim para compreensões muito diferenciadas como afirma Massaud Moisés. ( 1997, p. 116).

Mais do que qualquer outro movimento estético, é impossível dizê-lo em poucas palavras, 1) porque seu contorno, extremamente irregular e movediço, abarca não raro tendências extraordinária ou contratantes, 2) porque corresponde a muito mais do que uma revolução literária: sendo mais uma nova maneira de enfrentar os problemas da vida e do pensamento, implica uma profunda metamorfose, uma verdadeira revolução histórico-cultural.

A época de desenvolvimento do Romantismo estava norteada por grandes sugestões revolucionárias e por grandes transformações que marcaram a Europa e a América, daí surgiu um sentimento de desajuste, pois o tema central dessa estética foi a busca da liberdade individual em relação ao poder dominante da aristocracia.

Nesse ângulo, temos a ascensão da burguesia e de seus valores que eram a liberdade individual e o liberalismo, no entanto, logo surge a insatisfação com o cotidiano da vida burguesa, que gerou um sentimento de revolta expresso pela arte romântica, pois os artistas tinham no espírito que apesar de tantas mudanças ocorridas, a realidade continuava mais ou menos do mesmo jeito.

Essas mudanças variam de um local para outro, visto que elas estavam relacionadas às transformações sócio-históricas que vinham acontecendo em grande parte do mundo.

No Brasil, podemos perceber grandes mudanças a partir da chegada da família real em 1808, onde o Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas tendências européias.

Em 1922, o momento brasileiro é o da nossa independência, por isso os autores literários, de início, expressavam um sentimento de nacionalismo para obter reconhecimento perante outras nações.



Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrela,
Nossas várzeas têm mais flores
Nossas flores têm mais vida.
Nossa vida mais amores.
[...]
(Gonçalves Dias, 1944, p.21)



No entanto, esse acreditar nas melhorias que ia acontecer nos países que estavam fazendo sua luta de libertação nacional, ficou apenas no plano ideológico dos artistas da época, e ao perceberem que muito pouco haveria mudado, surgiu um mal-estar e um sentimento de descrença.


Essas características coincidem com a literatura brasileira da segunda geração romântica, onde a arte de então estava carregada de pessimismo, dúvida, valorização da morte.



Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito, enlaça à dor vivente,
Não derramem pro mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece o vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixo o tédio
Do deserto, o poento caminheiro.
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
[...]
(AZEVEDO, 1963, p. 144).


Nesta estética, a subjetividade dos artistas prevalecia, por isso eles expressavam seus sentimentos a partir das suas sensações, o que os tornam egocêntricos, em razão disso, temos um movimento cheio de contradições.

III- CONCLUSÃO

Eu suma, o Romantismo, a princípio, deve ser entendido como um desejo de auto determinação, onde o artista mostra seus sentimentos de uma forma pessoal e que muitas vezes se aproxima da fantasia, pois muitos de seus ideais estavam apenas no plano ideológico e, quando ele se questiona a respeito do estado das coisas que o cerca, surge um romântico com profunda depressão, daí dizer que o movimento romântico abarca tendências contraditórias, pois apresenta características inusitadas, e uma evolução no comportamento do artista da época.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Álvares de. In: Poesia do Brasil (seleção de Manual Bandeira). Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1963).

BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.

DIAS, Gonçalves, In: Obras poéticas de Antônio Gonçalves Dias. São Paulo: Nacional, 1944.

MOISES, Massaud. A Literatura Portuguesa. 31 ed. São Paulo: Cultrix, 1997.

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